Projeto “Movimento in Foco”
Evento vai reunir nesta quinta-feira grandes nomes da fotografia do Rio.
A Fundação de Artes São Gonçalo promove no próximo dia 31 de agosto, quinta-feira, às 19h30, o projeto “Movimento in Foco”. O evento vai reunir grandes nomes da fotografia do Rio, muitos deles premiados pelo trabalho realizado no jornalismo. Na edição deste mês, estão sendo esperados os fotógrafos Marcos Silva (Jornal do Brasil), Ronaldo Brandão (O Fluminense), Ricardo Cassiano (O Lance!), Adriana Loretti (freelancer) e os prêmios Esso de Fotografia em 1998, Paulo Alvadia (O Dia), e o Prêmio Abril de Cobertura Fotográfica em 1998, Marcelo Carnaval (O Globo). Os profissionais vão expôr em telões fotografias que são verdadeiras obras de arte, tentando mostrar um outro lado da profissão. Na pauta, temas variados, como a natureza e o cotidiano do Rio, Niterói e São Gonçalo.
O projetoNasceu da vontade do fotojornalista Luís Alvarenga e do produtor cultural Alex Nery de integrar a fotografia dos profissionais do estado, em especial os das cidades do Grande Rio. O projeto pretende ainda trocar experiências entre os fotógrafos e profissionais do ramo.“Movimento in Foco” acontece uma vez por mês, nos jardins da Fundação de Artes São Gonçalo, no bairro Zé Garoto e já se tornou um acontecimento cultural, não somente em São Gonçalo, mas em toda a Região Metropolitana. Uma ótima oportunidade para as pessoas terem contato com o universo do fotojornalismo e de conhecer os maiores nomes da profissão.
SERVIÇO
Projeto “Movimento in Foco” com fotógrafos premiados do jornalismoDia 31 de agosto, às 19h30Fundação de Arte São Gonçalo – R. Dr. Francisco Portela, 2744, Zé Garoto, São Gonçalo - Entrada gratuita
Maiores informações:
Assessoria de Imprensa da FASG – 3706-6040Léo Costa – (21) 9134-0979 // (21) 9227-6867
Sunday, August 27, 2006
No limite das ruas
A vida de famílias de sem-teto, do centro da capital paulista, inspira fotógrafo a captar imagens do cotidiano de pessoas no limite das ruas e também fora delas, em uma entidade destinada à reabilitação de moradores de rua.
O tema do trabalho do fotógrafo paulistano Glauco Rossini, 30 anos, partiu do clique inicial apontado há pouco mais de um ano, para os moradores de rua do centro de São Paulo - região da Conselheiro Crispiniano e da Praça da República - e como contraponto ao cenário registrado nas calçadas e pontes da cidade, gerou vários outros disparos, só que desta vez longe das ruas. Sensibilizado pela experiência de fotografar e conviver, mesmo que por pouco tempo, com os sem-teto, ele sentiu necessidade de retratar o outro lado da questão social que envolve esta população. Assim, buscou registar a vida delas numa entidade ligada à Igreja Evangélica, criada há seis anos com o objetivo de dar assistência aos moradores de rua. O projeto fotográfico é um só, mas pode ser dividido em duas partes: a vida nas ruas e fora delas também. O fotógrafo ficou conhecendo o Camor (Centro de Assistência aos Moradores de Rua) – também chamado de projeto Moradores de Rua - pela internet. Depois de vários contatos pessoais, finalmente pôde captar imagens espontâneas de quem não habita mais as ruas de São Paulo, mas a entidade localizada na Ponte Aricanduva, Parque Novo Mundo, na Zona Norte de São Paulo. “Tentei explicar meu projeto em várias outras instituições. Mas só obtive uma abertura maior no Camor”, conta ele. Com fotos em P&B, geradas a partir de uma Pentax modelo K1000 e de uma Nikon FM2, Rossini revela, por um lado, a condição de miséria e pobreza de crianças, jovens, adultos e, especialmente, idosos. Por outro, no entanto, registra a volta por cima de muita gente que passou pelas ruas e que hoje consegue sobreviver de maneira mais digna. “Ouvi muitas histórias tristes, tanto nas ruas quanto na entidade, mas que felizmente tiveram um final feliz. Como por exemplo, gente que não tinha um ofício e agora pode se dedicar a uma profissão”, lembra. Para o fotógrafo, mais do que expor ao público a condição de vida dos sem-teto, o importante é conscientizá-lo, para quem sabe, no futuro, mudar sua visão a respeito deste problema social tão comum nos grandes centros urbanos. “A intenção é mostrar que há uma luz no final do túnel”, diz. Ex-estudante de Direito, ele conta que sempre se interessou por questões sociais. “E escolhi a fotografia para tentar conscientizar as pessoas de fatos que muitos não querem encarar”, destaca. Parte do trabalho de Rossini, que fotografa profissionalmente há seis anos, já foi apresentado na exposição fotográfica Humano Cotidiano nas Ruas de São Paulo, realizada no ano passado, no Espaço Cultural Consigo, localizado na mesma Rua Conselheiro Crispiniano, onde ele deu o pontapé inicial para alimentar seu projeto. “O próximo passo é despertar o interesse de patrocinadores e publicar um livro sobre o tema”, lembra ele.
Lilian Rossetti
[Matéria publicada em Photo&Imagens 40 - Junho de 2004]
Friday, August 25, 2006
A QUÍMICA EM AUXÍLIO À FOTOGRAFIA
Em 1604, o cientista italiano Ângelo Sala, observa que um certo composto de prata se escurecia quando exposto ao sol. Acreditava-se que o calor era o responsável. Anos antes, o alquimista Fabrício tinha feito as mesmas observações com o cloreto de prata. Em 1727, o professor de anatomia Johann Heirich Schulze, da universidade alemã de Altdorf, notou que um vidro que continha ácido nítrico, prata e gesso se escurecia quando exposto à luz proveniente da janela. Por eliminação, ele demonstrou que os cristais de prata halógena ao receberem luz, e não o calor como se supunha, se transformavam em prata metálica negra. Sua intenção com essas pesquisas era a fabricação artificial de pedras luminosas de fósforo, como ele as deniminava. Como suas observações foram acidentais e não tinham utilidade prática na época, schulze cedeu suas descobertas à Academia Imperial de Aldorf, em Nürenberg, na apresentação intiutlada "De como descobri o portador da Escuridão ao tentar descobrir o portador da Luz".
Shulze não tinha certeza quanto à utilidade prática de sua invensão, mas observou "Não tenho qualquer dúvida de que esta experiência poderá revelar ainda outras utilidades de aplicações aos naturalistas" profetizou o pai da fotoquímica.
Em 1790, o físico Charles realizou impressões de silhuetas em folhas impregnadas de cloreto de prata.
Em 1604, o cientista italiano Ângelo Sala, observa que um certo composto de prata se escurecia quando exposto ao sol. Acreditava-se que o calor era o responsável. Anos antes, o alquimista Fabrício tinha feito as mesmas observações com o cloreto de prata. Em 1727, o professor de anatomia Johann Heirich Schulze, da universidade alemã de Altdorf, notou que um vidro que continha ácido nítrico, prata e gesso se escurecia quando exposto à luz proveniente da janela. Por eliminação, ele demonstrou que os cristais de prata halógena ao receberem luz, e não o calor como se supunha, se transformavam em prata metálica negra. Sua intenção com essas pesquisas era a fabricação artificial de pedras luminosas de fósforo, como ele as deniminava. Como suas observações foram acidentais e não tinham utilidade prática na época, schulze cedeu suas descobertas à Academia Imperial de Aldorf, em Nürenberg, na apresentação intiutlada "De como descobri o portador da Escuridão ao tentar descobrir o portador da Luz".
Shulze não tinha certeza quanto à utilidade prática de sua invensão, mas observou "Não tenho qualquer dúvida de que esta experiência poderá revelar ainda outras utilidades de aplicações aos naturalistas" profetizou o pai da fotoquímica.
Em 1790, o físico Charles realizou impressões de silhuetas em folhas impregnadas de cloreto de prata.
Thursday, August 24, 2006
QUANTO MENOR O ORIFÍCIO MELHOR A NITIDEZ DA IMAGEM MAS...
Alguns, na tentativa de melhorar a qualidade da imagem, diminuíam o tamanho do orifício, mas a imagem escurecia proporcionalmente, tornando-se quase impossível ao artista identificá-la. Este problema foi resolvido em 1550 pelo físico milanês Girolano Cardano, que sugeriu o uso da lente biconvexa junto ao orifício, permitindo desse modo aumentá-lo, para se obter uma imagem clara sem perder sua nitidez. Isto foi possível, graças à capacidade de refração do vidro, que torna convergentes os raios luminosos refletidos pelo objeto; assim, alente fazia com que para cada ponto luminoso do objeto correspondesse a um ponto na imagem, formando-se ponto por ponto da luz refletida do objeto uma imagem puntiforme. Desse modo o uso da câmera escura se difundiu entre os artistas e intelectuais da época, que logo perceberam a impossibilidade de se obter nitidamente a imagem quando os objetos captados pelo visor estivessem a diferentes distâncias da lente. Ou se focalizava o objeto mais próximo, variando a distância lente/visor (foco), deixando o mais distante desfocado ou vice versa. O veneziano Danielo Barbaro, em 1568, no seu livro "A prática da Perspectiva" mencionava que variando o diâmetro do orifício, era possível melhorar a nitidez da imagem. Assim outro aprimoramento na câmera escura apareceu: foi instalado um sistema junto com a lente que permitia aumentar e diminuir o orifício. Este foi o primeiro diafragma. Quanto mais fechado o orifício, maior era a possibilidade de focalizar dois objetos à distâncias diferentes da lente.
Em 1573, o astrônomo e matemático florentino Egnatio Danti, em La perspecttiva di Euclide, sugere outro aperfeiçoamento: a utilização de um espelho concavo para reinverter a imagem. Em 1580, Friedrich Risner descreve uma câmara escura portátil mas a publicação só foi feita após a sua morte, na obra Optics de 1606. A tenda utilizada por Johann Kepler, para seus desenhos topográficos, utilizada em sua viagem de inspeção pela Alta Austria, uilizava uma lente biconvexa e um espelho, para obter uma imagem no tabuleiro de desenho no interior da tenda, em 1620.
Em 1636, o professor de matemática da Universidade de Altdorf, Daniel Schwenter, em sua obra Deliciae physico-mathematicae, descreve um elaborado sistema de lentes que combinavam tres distancias focais diferentes. Este sistema foi usado por Hans Hauer em sua panorâmica de Nuremberg. Athanasius Kircher em 1646, descreve sua câmara escura em forma de liteira, ilustradamente no Ars Magna lucis et umbrae e seu discípulo Kaspar Schott, professor de matemática em Wüzburgo, nota que não era necessário o artista se introduzir dentro da câmara escura; na obra Magia Optica de 1657, Schott menciona que um viajante vindo da Espanha descrevera uma câmara escura que podia ser levada sob seu braço.
Em 1665, Antonio Canaletto (1697 - 1768) utiliza uma câmara escura dotada de um sistema de lentes intercambiáveis como meio auxiliar de desenhos de vistas panorâmicas.
Em 1676, Johann Christoph Sturm, professor de matemática de Altdorf, em sua obra Collegium Experimentale sive curiosum, descreve e ilustra uma câmara escura que utilizava interiormente um espelho a 45 graus, que refletia a luz vinda da lente para um pergaminho azeitado colocado horizontalmente e uma carapuça de pano preto exterior funcionando como um parasol para melhorar a qualidade da visualização da imagem. Johann Zhan, monge de Wüzburgo, ilustrou em sua obra Oculos Artificialis teledioptricus (1685-1686), vários tipos de câmaras portáteis como o tipo reflex que possuia 23 cm de altura e 60 cm de largura.
Nesta altura já tínhamos condições de formar uma imagem satisfatoriamente controlável na câmera escura, mas gravar essa imagem diretamente sobre o papel sem intermédio do desenhista foi a nova meta, só alcançada com o desenvolvimento da química.
Alguns, na tentativa de melhorar a qualidade da imagem, diminuíam o tamanho do orifício, mas a imagem escurecia proporcionalmente, tornando-se quase impossível ao artista identificá-la. Este problema foi resolvido em 1550 pelo físico milanês Girolano Cardano, que sugeriu o uso da lente biconvexa junto ao orifício, permitindo desse modo aumentá-lo, para se obter uma imagem clara sem perder sua nitidez. Isto foi possível, graças à capacidade de refração do vidro, que torna convergentes os raios luminosos refletidos pelo objeto; assim, alente fazia com que para cada ponto luminoso do objeto correspondesse a um ponto na imagem, formando-se ponto por ponto da luz refletida do objeto uma imagem puntiforme. Desse modo o uso da câmera escura se difundiu entre os artistas e intelectuais da época, que logo perceberam a impossibilidade de se obter nitidamente a imagem quando os objetos captados pelo visor estivessem a diferentes distâncias da lente. Ou se focalizava o objeto mais próximo, variando a distância lente/visor (foco), deixando o mais distante desfocado ou vice versa. O veneziano Danielo Barbaro, em 1568, no seu livro "A prática da Perspectiva" mencionava que variando o diâmetro do orifício, era possível melhorar a nitidez da imagem. Assim outro aprimoramento na câmera escura apareceu: foi instalado um sistema junto com a lente que permitia aumentar e diminuir o orifício. Este foi o primeiro diafragma. Quanto mais fechado o orifício, maior era a possibilidade de focalizar dois objetos à distâncias diferentes da lente.
Em 1573, o astrônomo e matemático florentino Egnatio Danti, em La perspecttiva di Euclide, sugere outro aperfeiçoamento: a utilização de um espelho concavo para reinverter a imagem. Em 1580, Friedrich Risner descreve uma câmara escura portátil mas a publicação só foi feita após a sua morte, na obra Optics de 1606. A tenda utilizada por Johann Kepler, para seus desenhos topográficos, utilizada em sua viagem de inspeção pela Alta Austria, uilizava uma lente biconvexa e um espelho, para obter uma imagem no tabuleiro de desenho no interior da tenda, em 1620.
Em 1636, o professor de matemática da Universidade de Altdorf, Daniel Schwenter, em sua obra Deliciae physico-mathematicae, descreve um elaborado sistema de lentes que combinavam tres distancias focais diferentes. Este sistema foi usado por Hans Hauer em sua panorâmica de Nuremberg. Athanasius Kircher em 1646, descreve sua câmara escura em forma de liteira, ilustradamente no Ars Magna lucis et umbrae e seu discípulo Kaspar Schott, professor de matemática em Wüzburgo, nota que não era necessário o artista se introduzir dentro da câmara escura; na obra Magia Optica de 1657, Schott menciona que um viajante vindo da Espanha descrevera uma câmara escura que podia ser levada sob seu braço.
Em 1665, Antonio Canaletto (1697 - 1768) utiliza uma câmara escura dotada de um sistema de lentes intercambiáveis como meio auxiliar de desenhos de vistas panorâmicas.
Em 1676, Johann Christoph Sturm, professor de matemática de Altdorf, em sua obra Collegium Experimentale sive curiosum, descreve e ilustra uma câmara escura que utilizava interiormente um espelho a 45 graus, que refletia a luz vinda da lente para um pergaminho azeitado colocado horizontalmente e uma carapuça de pano preto exterior funcionando como um parasol para melhorar a qualidade da visualização da imagem. Johann Zhan, monge de Wüzburgo, ilustrou em sua obra Oculos Artificialis teledioptricus (1685-1686), vários tipos de câmaras portáteis como o tipo reflex que possuia 23 cm de altura e 60 cm de largura.
Nesta altura já tínhamos condições de formar uma imagem satisfatoriamente controlável na câmera escura, mas gravar essa imagem diretamente sobre o papel sem intermédio do desenhista foi a nova meta, só alcançada com o desenvolvimento da química.
Wednesday, August 23, 2006
A LUZ - ONDE TUDO COMEÇA
Para que possamos compreender esse fenômeno da câmara escura, é necessário conhecer algumas propriedades físicas da luz. A luz é uma forma de energia eletromagnética que se propaga em linha reta apartir de uma fonte luminosa. Quando um desses raios luminosos incide sobre um objeto, que possui superfície irregular ou opaca, é refletido de um modo difuso, isto é, em todas as direções.
O orifício da câmera escura, quando diante desse objeto, deixara passar para o interior alguns desses raios que irão se projetar na parede branca. E como cada ponto iluminado do objeto reflete os raios de luz desse modo, temos então uma projeção da sua imagem, só que de forma invertida e de cabeça para baixo.
Como cada ponto do objeto corresponde a um disco luminoso, a imagem formada possui pouca nitidez, e a partir do momento em que se substitui a parede branca pelo pergaminho de desenho, essa falta de definição passou a ser um grande problema aos artistas que pretendiam usar a câmera escura na pintura.
Para que possamos compreender esse fenômeno da câmara escura, é necessário conhecer algumas propriedades físicas da luz. A luz é uma forma de energia eletromagnética que se propaga em linha reta apartir de uma fonte luminosa. Quando um desses raios luminosos incide sobre um objeto, que possui superfície irregular ou opaca, é refletido de um modo difuso, isto é, em todas as direções.
O orifício da câmera escura, quando diante desse objeto, deixara passar para o interior alguns desses raios que irão se projetar na parede branca. E como cada ponto iluminado do objeto reflete os raios de luz desse modo, temos então uma projeção da sua imagem, só que de forma invertida e de cabeça para baixo.
Como cada ponto do objeto corresponde a um disco luminoso, a imagem formada possui pouca nitidez, e a partir do momento em que se substitui a parede branca pelo pergaminho de desenho, essa falta de definição passou a ser um grande problema aos artistas que pretendiam usar a câmera escura na pintura.
Monday, August 21, 2006
A CÂMARA ESCURA: O PRINCÍPIO DA FOTOGRAFIA
A fotografia não tem um único inventor, ela é uma síntese de várias observações e inventos em momentos distintos. A primeira descoberta importante para a fotografia foi a Câmara Escura. O conhecimento do seu princípio ótico é atribuido, por alguns historiadores, ao chines Mo Tzu no século V a.C., outros indicam o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) como o responsável pelos primeiros comentários esquemáticos da Camera Obscura.
Sentado sob uma árvore, Aristóteles observou a imagem do sol, em uma eclipse parcial, projetando-se no solo em forma de meia lua ao passar seus raios por um pequeno orifício entre as folhas de um plátano. Observou também que quanto menor fosse o orifício, mais nítida era a imagem.
Séculos de ignorância e superstição ocuparam a Europa, sendo os conhecimentos gregos resguardados no oriente. Um erudito árabe, Ibn al Haitam (965-1038), o Alhazem, observa um eclipse solar com a câmara escura, na Corte de Constantinopla, em princípios do século XI.
Nos séculos seguintes a Câmara Escura se torna comum entre os sábios europeus, para a observação de eclipses soloares, sem prejudicar os olhos. Entre eles o ingles Roger Bacon (1214-1294) e o erudito hebreu Levi ben Gershon (1288-1344). Em 1521, Cesare Cesariano, discípulo de Leonardo da Vinci, descreve a Câmara Escura em uma anotação e em 1545, surge a primeira ilustração da Câmara Escura, na obra de Reiner Gemma Frisius, físico e matemático holandês.
No século XIV já se aconselhava o uso da câmara escura como auxílio ao desenho e à pintura. Leonardo da Vinci (1452-1519) fez uma descrição da câmara escura em seu livro de notas sobre os espelhos, mas não foi publicado até 1797. Giovanni Baptista della Porta (1541-1615), cientista napolitano, em 1558 publicou uma descrição detalhada sobre a câmera e seus usos no livro Magia Naturalis sive de Miraculis Rerum Naturalium. Esta câmara era um quarto estanque à luz, possuía um orifício de um lado e a parede à sua frente pintada de branco. Quando um objeto era posto diante do orifício, do lado de fora do compartimento, a sua imagem era projetada invertida sobre a parede branca.
Em 1620, o astrônomo Johannes Kepler utilizou uma Câmara Escura para desenhos topográficos. O jesuita Athanasius Kircher, erudito professor de Roma, descreveu e ilustrou uma Câmara Escura em 1646, que possibilitava ao artista desenhar em vários locais, transportada como uma liteira e em 1685, Johan Zahn descreve a utilização de um espelho, para redirecionar a imagem ao plano horizontal, facilitando assim o desenho nas câmaras portáteis.
A fotografia não tem um único inventor, ela é uma síntese de várias observações e inventos em momentos distintos. A primeira descoberta importante para a fotografia foi a Câmara Escura. O conhecimento do seu princípio ótico é atribuido, por alguns historiadores, ao chines Mo Tzu no século V a.C., outros indicam o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) como o responsável pelos primeiros comentários esquemáticos da Camera Obscura.
Sentado sob uma árvore, Aristóteles observou a imagem do sol, em uma eclipse parcial, projetando-se no solo em forma de meia lua ao passar seus raios por um pequeno orifício entre as folhas de um plátano. Observou também que quanto menor fosse o orifício, mais nítida era a imagem.
Séculos de ignorância e superstição ocuparam a Europa, sendo os conhecimentos gregos resguardados no oriente. Um erudito árabe, Ibn al Haitam (965-1038), o Alhazem, observa um eclipse solar com a câmara escura, na Corte de Constantinopla, em princípios do século XI.
Nos séculos seguintes a Câmara Escura se torna comum entre os sábios europeus, para a observação de eclipses soloares, sem prejudicar os olhos. Entre eles o ingles Roger Bacon (1214-1294) e o erudito hebreu Levi ben Gershon (1288-1344). Em 1521, Cesare Cesariano, discípulo de Leonardo da Vinci, descreve a Câmara Escura em uma anotação e em 1545, surge a primeira ilustração da Câmara Escura, na obra de Reiner Gemma Frisius, físico e matemático holandês.
No século XIV já se aconselhava o uso da câmara escura como auxílio ao desenho e à pintura. Leonardo da Vinci (1452-1519) fez uma descrição da câmara escura em seu livro de notas sobre os espelhos, mas não foi publicado até 1797. Giovanni Baptista della Porta (1541-1615), cientista napolitano, em 1558 publicou uma descrição detalhada sobre a câmera e seus usos no livro Magia Naturalis sive de Miraculis Rerum Naturalium. Esta câmara era um quarto estanque à luz, possuía um orifício de um lado e a parede à sua frente pintada de branco. Quando um objeto era posto diante do orifício, do lado de fora do compartimento, a sua imagem era projetada invertida sobre a parede branca.
Em 1620, o astrônomo Johannes Kepler utilizou uma Câmara Escura para desenhos topográficos. O jesuita Athanasius Kircher, erudito professor de Roma, descreveu e ilustrou uma Câmara Escura em 1646, que possibilitava ao artista desenhar em vários locais, transportada como uma liteira e em 1685, Johan Zahn descreve a utilização de um espelho, para redirecionar a imagem ao plano horizontal, facilitando assim o desenho nas câmaras portáteis.
Sunday, August 20, 2006
A Profissão
A carreira
Uma das fotografias mais conhecidas do mundo mostra um jovem casal se beijando na rua, alheio à multidão em volta. É de autoria do francês Robert Doisneau e hoje está reproduzida em pôsteres e camisetas. Momento da poesia cotidiana, o beijo foi eternizado pelo fotógrafo - e essa é a função desse profissional: testemunhar um fato e descrevê-lo sob a forma de imagens. "Quem quiser fotografar bem deve, antes de mais nada, ler boa literatura, porque um fotógrafo precisa saber contar histórias", afirma o fotógrafo Cristiano Mascaro, que há trinta anos escandalizou a família ao trocar a arquitetura pela fotografia. No Brasil, a fotografia ainda é exercida de forma precária e a profissão não é regulamentada. Esse panorama tende a mudar com a criação do bacharelado em fotografia, oferecidos desde 1999 pelas Faculdades Senac, em São Paulo. "É o espaço que estava faltando para pensar, estudar e discutir essa questão", acredita Eunilde Carvalho Montanino, coordenadora do curso. Além de dominar os equipamentos, os materiais fotográficos e a alquimia das revelações, para praticar essa atividade você terá de lidar com as mais diversas situações de imagens, ângulos, luz. Só assim estará apto a interpretar, dirigir e editar um trabalho. O fotógrafo pode ainda gerenciar arquivos, promover exposições e preservar fotografias e slides.
O mercado
"O mercado brasileiro ainda é pequeno e bastante competitivo", alerta o fotógrafo paulista Thales Trigo. Mesmo assim, existe campo para os bons profissionais. A publicidade continua sendo a maior empregadora. Casamentos e comemorações familiares também ocupam muita gente. "São momentos especiais, que as pessoas fazem questão de registrar, mesmo nos tempos de recessão", diz Camila Butcher, fotógrafa especialista na área. O fotojornalismo atrai, mas o espaço em grandes jornais e revistas é mínimo. Há trabalho como free lance em revistas de empresas e assessorias de imprensa.
Salário médio inicial: R$ 839, 00.
O curso
Neste curso você vai ter muitas aulas práticas, tirando e revelando fotografias. Mas é grande também a carga de disciplinas teóricas. Nos três primeiros semestres a formação é básica, com disciplinas como história da arte, história da fotografia, materiais fotográficos, informática e laboratório. A partir daí, é possível escolher entre fotografia aplicada e arte e cultura fotográfica. A primeira é para quem quer se dedicar a fotos jornalísticas, publicitárias ou de moda, entre outras. A habilitação em arte e cultura fotográfica é indicada para o trabalho em atividades como preservação e conservação de fotos, curadoria e gerenciamento de arquivos. Duração média: quatro anos.
fonte: Guia Abril do Estudante 2000
A carreira
Uma das fotografias mais conhecidas do mundo mostra um jovem casal se beijando na rua, alheio à multidão em volta. É de autoria do francês Robert Doisneau e hoje está reproduzida em pôsteres e camisetas. Momento da poesia cotidiana, o beijo foi eternizado pelo fotógrafo - e essa é a função desse profissional: testemunhar um fato e descrevê-lo sob a forma de imagens. "Quem quiser fotografar bem deve, antes de mais nada, ler boa literatura, porque um fotógrafo precisa saber contar histórias", afirma o fotógrafo Cristiano Mascaro, que há trinta anos escandalizou a família ao trocar a arquitetura pela fotografia. No Brasil, a fotografia ainda é exercida de forma precária e a profissão não é regulamentada. Esse panorama tende a mudar com a criação do bacharelado em fotografia, oferecidos desde 1999 pelas Faculdades Senac, em São Paulo. "É o espaço que estava faltando para pensar, estudar e discutir essa questão", acredita Eunilde Carvalho Montanino, coordenadora do curso. Além de dominar os equipamentos, os materiais fotográficos e a alquimia das revelações, para praticar essa atividade você terá de lidar com as mais diversas situações de imagens, ângulos, luz. Só assim estará apto a interpretar, dirigir e editar um trabalho. O fotógrafo pode ainda gerenciar arquivos, promover exposições e preservar fotografias e slides.
O mercado
"O mercado brasileiro ainda é pequeno e bastante competitivo", alerta o fotógrafo paulista Thales Trigo. Mesmo assim, existe campo para os bons profissionais. A publicidade continua sendo a maior empregadora. Casamentos e comemorações familiares também ocupam muita gente. "São momentos especiais, que as pessoas fazem questão de registrar, mesmo nos tempos de recessão", diz Camila Butcher, fotógrafa especialista na área. O fotojornalismo atrai, mas o espaço em grandes jornais e revistas é mínimo. Há trabalho como free lance em revistas de empresas e assessorias de imprensa.
Salário médio inicial: R$ 839, 00.
O curso
Neste curso você vai ter muitas aulas práticas, tirando e revelando fotografias. Mas é grande também a carga de disciplinas teóricas. Nos três primeiros semestres a formação é básica, com disciplinas como história da arte, história da fotografia, materiais fotográficos, informática e laboratório. A partir daí, é possível escolher entre fotografia aplicada e arte e cultura fotográfica. A primeira é para quem quer se dedicar a fotos jornalísticas, publicitárias ou de moda, entre outras. A habilitação em arte e cultura fotográfica é indicada para o trabalho em atividades como preservação e conservação de fotos, curadoria e gerenciamento de arquivos. Duração média: quatro anos.
fonte: Guia Abril do Estudante 2000
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